No dia 29 de abril, a OAB Ceará promoveu o “Webinário OAB: Saúde mental e cidadania da Advocacia em tempos de pandemia”. O evento foi marcado pela reflexão e análise da temática ainda pouco discorrida no meio da advocacia, apresentando métodos de auto reversão e autoanálise para que se consiga alcançar o bem-estar mental.

O webinário foi idealizado através da Comissão de Educação e Cidadania, Comissão de Saúde, Comissão de Direitos Culturais, Comissão da Mulher Advogada, Comissão do Direito Sistêmico e Comissão de Educação Jurídico. Contando também com a parceria do Programa Olhares e Fazeres Sistêmicos no Judiciário do Ceará.

O início dos debates contou com a presidente da Comissão da Mulher Advogada, Christiane Leitão, saudando os presentes e apresentando os tópicos a serem abordados no encontro. “Pretendemos pautar a questão da saúde mental e cidadania dentro de várias nuances, com vários convidados que vão nos propiciar reflexões e interações, e principalmente, congraçamento. Em tempos tão difíceis, precisamos ter consciência que a solidariedade e amor ao próximo é uma necessidade real ente nós”, finalizou.

Na sequência, o presidente da OAB Ceará, Erinaldo Dantas, desejou um proveitoso debate e reiterou a importância da união das comissões. “Desejo a todos presentes um excelente evento, que todos possamos sair hoje com energia revigorada, prontos para continuar a caminhada e com conhecimento novos a partir deste encontro de hoje”, comentou.

Trazendo um momento de leveza e descontração para o evento, a advogada e presidente da Comissão da Mulher Advogada na Subsecção RMF, Jeanice Cândido, proporcionou uma afagosa apresentação de acordeom, com a música “Maria Maria”, interpretada por Milton Nascimento.

Posteriormente, Eduardo Pragmácio, presidente da Escola Superior de Advocacia do Ceará (ESA-CE), destaca sobre os desafios enfrentados durante este momento crítico. “Este é um evento muito importante pois trata do tema da saúde mental em tempos de pandemia, que trouxe consigo, o trabalho telepresencial, que tem adoecido muitos trabalhadores. É um desafio enorme manter o equilíbrio mental e conseguir manter todas as atividades telepresenciais, que sugam muitas vezes, toda nossa energia. Mas, é por este motivo, que ter um olhar sensível para esses problemas, fará toda diferença. Contem sempre também com a ESA, estaremos sempre de portas abertas para apoiar todo os eventos das comissões, sobretudo, as do interior”, afirmou.

A presidente da Comissão de Educação e Cidadania, Sônia Cavalcante, trouxe em pauta os desafios e impactos que a educação enfrentou neste momento de pandemia. “Um dos principais impactos que nós vimos hoje, é a questão de os pais acolherem seus filhos em casa no momento deste ensino remoto. Em paralelo, temos também o estresse e ansiedade gerados por conta do isolamento social. É de extrema importância conhecer e dominar métodos reversivos a estes problemas, que são de saúde pública”, comentou.

Vládia Feitosa, vice-presidente da OAB Ceará, ressaltou sobre o tabu que ainda se pareia ao falar sobre a temática saúde mental na advocacia. “Acredito que discutir um tema tão relevante quanto esse, sob múltiplos olhares, como a musicoterapia, pessoas da área da saúde, da psicologia, é de muita relevância. Pois na verdade, todo esse problema que se potencializou durante a pandemia, é um problema que de fato já existia, mas que é ainda, um tabu ao mesmo tempo. Então, acredito que discutir isso junto a nossa classe, que ainda vê este problema como uma falha, com toda certeza conseguiremos lançar um olhar de proposições e soluções”, finalizou.

Logo após, o médico e presidente da Comissão de Saúde da OAB-CE, Ricardo Madeiro, destacou as perspectivas da classe advocatícia neste momento crítico. “Tivemos diversas mudanças que afetaram diretamente as pessoas, e aplicadamente, nos advogados e advogadas, como por exemplo as relações familiares e com o lar, mudanças drásticas na política, e etc. Então neste período de mudanças tão repentinas, a saúde mental da sociedade como um todo, piorou diante desta pandemia. Tivemos uma espécie na verdade, de um efeito dominó”, comentou.

Como professora ativa no cenário pandêmico, Vanessa Oliveira, presidente da Comissão de Educação Jurídica, trouxe em pauta os impasses enfrentados pelos   professores   nas aulas, a partir do ensino remoto. “A troca que é tão importante dentro da sala de aula, muita das vezes, infelizmente, por conta de diversos fatores, não acontece. Trazendo este recorte diretamente para mulheres que também atuam como professoras, é muito importante ressaltar que um dos fatores que causam dificuldades e que nós assumimos inevitavelmente, conforme pesquisas, é a maior parte dos afazeres domésticos, que na verdade, já eram atividades que nós assumíamos em nosso cotidiano”, destacou.

Reiterando sobre a importância de se ter uma rotina cultural ativa durante a pandemia, Paulo Maranhão, presidente da Comissão de Direitos Culturais da OAB-CE, destaca que “As manifestações artísticas nos deram um alívio neste período tão difícil da pandemia, sempre nos motivando a nos manter acordados, conectados e ativos, mesmo isolados. Segundo pesquisas confirmadas, o envolvimento com a arte pode ser totalmente benéfico para saúde mental e física de um ser humano, por isso que nós, como Comissão, estamos promovendo sempre eventos, palestras e atividades que tragam realmente transparecer da arte”, pontuou.

Francinete Giffoni, médica e psiquiatra holística, destacou importantes métodos para o exercício da saúde mental individual. “Conhecer a si mesmo por meio do autoconhecimento, onde nada nem ninguém pode impedir seu crescimento, é um passo muito importante. É extremamente benéfico quando o ser humano atua como seu maior aliado, desenvolvendo competências emocionais maduras, como a autoconsciência, a motivação, e principalmente, a tríade empática, formada pela empatia cognitiva, empatia afetiva e a compreensão empática”, comentou.

A médica complementa que “para que se tenha a libertação completa da mente e de tudo que a aflige, é necessário que se conheça os padrões inconscientes da mente. Um modelo bem simples, é o ‘Modelo de Lacan’, onde se ocorre inicialmente a identificação da emoção, e posteriormente se reflete sobre os seguintes questionamentos: ‘o que estou sentindo? ’; após, compreender o porquê daquele sentimento; identificar as causas do mesmo; se perguntar: ‘o que fazer com isso?’; e por último, encontrar as soluções do caso”, destacou.

O encerramento do webinário se deu com uma calorosa apresentação musical com membros do coral da OAB Ceará, recitando e interpretando a música “Como é grande o meu amor por você”, de Roberto Carlos.

Participaram também do evento, Thamires Garcia, vice-presidente da Comissão da Diversidade Sexual e Gênero da OAB-CE; Eliene Bezerra, membro da Comissão da Mulher Advogada da OAB-CE; Eneida Lima, advogada e coordenadora do coral da OAB-CE; Gabriela Lima, membro do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-CE; Adalberto Barreto, médico psiquiatra; Elane Barros, advogada e diretora da Comissão do Direito Sistêmico da OAB-CE; Lorrayni Bortolli, vice- presidente da Comissão de Direito Sistêmico da OAB-CE; Socorro Fagundes, psicóloga; Bruno Verga, musicoterapeuta e educador musical; e Matheus Sampaio Sousa, psicólogo e psicodramatista.

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