Ter orgulho de quem somos e das lutas diárias que travamos pode parecer banal para uma grande maioria da sociedade. Contudo, isso nos empodera e nos dá a certeza de que lutar por um mundo que compreenda a diversidade como riqueza – e não como subjugação dos sujeitos – é o caminho certo para o alcance de uma sociedade mais justa.

Conforme dossiê emitido pelo Observatório de Mortes Violentas contra a população LGBTI+, o Estado brasileiro possui dificuldade em manter a população LGBTI+ viva. Essa pesquisa denuncia que o Brasil, pelo quarto ano consecutivo, é o país que mais mata a população LGBTI+ no mundo, estando mais violento, inclusive, do que países que criminalizam as diversas orientações sexuais e identidades de gênero, a exemplo da Arábia Saudita, da Mauritânia e do Iêmen.

No País que mais nos mata, – com destaque alarmante para as pessoas transexuais, que são as vítimas mais comuns da violência LGBTfóbica –, viver não é uma tarefa simples, e não é o bastante. Afinal, do que adianta estarmos vives, vivas e vivos e termos os nossos corpos marcados pela exclusão social e pela violência?

Uma vida com dignidade deve incluir, além do respeito à diversidade, o acesso a políticas públicas de saúde, educação, empregabilidade, segurança pública, entre tantas outras. É preciso avançar na conquista de direitos para a população LGBTI+, sobretudo a partir de uma perspectiva interseccional, com o objetivo de gerar um sistema de garantias que se sensibilize e atenda a todos os fatores sociais que marcam a vida dos indivíduos, tais como as opressões de raça, classe, gênero e sexualidade.

Atento a esse contexto, no ano de 2023, o Estado do Ceará sai na frente de todos os outros Estados brasileiros, elegendo a diversidade como um dos seus pilares de trabalho ao criar a primeira Secretaria de Estado do Brasil, com o objetivo específico de desenvolver, de forma transversal, todas as políticas públicas para a população LGBTI+.

A falta de coragem de enfrentar o preconceito o fortalece. É por esse motivo que a única forma de alcançar uma sociedade com mais diversidade, inclusão e pluralidade é encarar os estereótipos e ter orgulho de quem somos. Resistir sempre, desistir jamais!