Diante da lotação das emergências pediátricas em hospitais de Fortaleza, a OAB Ceará através da sua Comissão de Saúde realizou na última segunda, 02/05, uma inspeção nas unidades de emergência do Hospital Infantil Albert Sabin – HIAS, no bairro Vila União, assim como no Hospital da Criança de Fortaleza e na unidade pediátrica recentemente cedida ao HIAS na estrutura do Hospital e Maternidade Dra. Zilda Arns (Hospital da Mulher), respectivamente, localizados no bairro Jóquei Clube. A fiscalização teve o objetivo de apurar as circunstâncias dos atendimentos nas unidades desses hospitais.

A Comissão de Saúde convidou outras entidades para participar das verificações. Também estiveram presentes o Ministério Público do Ceará – MPCE, representantes da Secretaria da Saúde do Ceará – SESA e da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza – SMS, a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará – ALECE, o Conselho Regional de Medicina do Ceará – CREMEC e o Conselho Estadual de Saúde do Estado do Ceará – CESAU/CE.

A inspeção das estruturas hospitalares aconteceu em razão do aumento dos casos de síndromes respiratórias em crianças, que resultou na lotação de emergências pediátricas que realizam atendimento para casos de média e alta complexidade, que além do serviço para casos mais graves com nível de atenção terciária, se encontram com estruturas lotadas pelo aumento de demandas de quadros mais simples.

Segundo o presidente da Comissão de Saúde da OAB-CE, Ricardo Madeiro, durante a visita foi constatado a lotação nas unidades. “Pudemos confirmar uma demanda muito elevada nas unidades de emergência do Hospital Infantil Albert Sabin onde nós constatamos a permanência de espera em torno de 3 à 4 horas para realização de atendimentos para crianças. Verificamos que algumas delas encontravam-se nos corredores do hospital, nos corredores da emergência e a permanência era um pouco aumentada em consequência da falta de vaga de leitos”, destacou.

Ricardo Madeiro também ressalta ainda a insuficiência encontrada pelas famílias nas unidades de atendimento básico e postos de saúde, locais onde deveriam acontecer o atendimento dos casos de síndromes gripais e arboviroses. “As famílias com crianças que estão procurando a emergência do Hospital Infantil Albert Sabin, elas têm o perfil da atenção primária e secundária, ou seja, essas crianças deveriam estar sendo atendidas nos postos de saúde e /ou nos hospitais secundários que seriam os Frotinhas e os Gonzaguinhas, no entanto foi constatado também uma falta de profissionais pediatras nos postos de saúde e nos hospitais secundários, que tiveram os serviços de pediatria fechados, com isso as famílias estão procurando um hospital infantil aberto, que obviamente está deixando de atender as crianças do seu perfil, que no caso são as crianças com quadros de alta complexidade”, reforçou.

Durante a vistoria, representantes das unidades médicas apresentaram as medidas adotadas para intensificar a assistência ao público pediátrico. O Hospital Infantil Albert Sabin tomou algumas medidas, a unidade providenciou leitos extras, para isso realizou a suspensão de parte das cirurgias eletivas de menor gravidade e transferiu esses leitos cirúrgicos para internamento de crianças com síndromes respiratórias. O hospital ainda conseguiu espaço dentro do Hospital da Mulher, que para diminuir a superlotação, cedeu 60 leitos para atender pacientes transferidos do HIAS.

Em busca de cobrar soluções para a lotação das emergências pediátricas em Fortaleza em decorrência do aumento dos casos de síndromes respiratórias, a Comissão de Saúde da OAB-CE em parceria com a ALECE, irá realizar no dia 19 de maio, às 14h, uma audiência pública para discutir a situação. “Nós da Comissão de Saúde vamos promover no próximo dia 19 de maio uma audiência pública onde nós deveremos chamar os dois secretários de saúde para que nos apresente um Plano de Contingência em relação à situação emergencial dessas síndromes gripais e principalmente em relação ao aumento do quantitativo de leitos para acomodar essas crianças”, disse Ricardo Madeiro.